Cortar ou não o rabo do cachorro?
Antigamente, o corte da cauda e das orelhas tinha o objetivo de reduzir as chances de ferimentos dos cães em batalha. Hoje estas práticas são proibidas na medicina veterinária por não terem funcionalidade alguma para os cães.
Dentre as centenas de raças de cães que conhecemos, sempre existem aquelas que quando olhamos já esperamos vê-las sem o rabo. Mas ter a cauda realmente implica em um padrão estético “anormal”?
Associada a questões estéticas adotadas desde a antiguidade, o corte da cauda era feito para ajudar os cães em batalhas e para diminuir a área de contato com o adversário. Cortadas a cauda e as orelhas, os donos acreditavam podiam evitar ferimentos e, com o passar dos anos, algumas raças definiram estes hábitos como um padrão.
Conhecida como caudectomia, a amputação parcial ou total da cauda do cachorro é uma medida totalmente estética de seus donos e não tem funcionalidade alguma para o cão. Em 2008, o Conselho Federal de Medicina Veterinária, assinou a resolução n°877, que proíbe o corte de orelha, a retirada das cordas vocais de cachorros e a retirada de unhas dos gatos, além desaconselhar o corte da cauda de cachorros, prevendo inclusive punição para veterinários que desrespeitarem a medida.
Por ser uma extensão da coluna vertebral do animal, a cauda é formada por várias vértebras pequenas que contém inúmeras terminações nervosas. É uma parte muito sensível do corpo do animal e um importantíssimo meio de comunicação dos animais.
A expressão e os sentimentos dos cachorros estão diretamente ligados a sua cauda. Estando abaixada ou abanando de um lado para o outro são formas do cão demonstrar alegria e felicidade, mas também podem ser sinal de raiva e até ter o sentido de agressividade ou dominância em caso de movimentos leves.
O corte total ou parcial da cauda é feito a partir do terceiro dia de vida do filhote e mesmo sendo uma prática não recomendada muitos donos de cães de raça ainda o fazem. Muitos acreditam que a cauda íntegra prejudica o pedigree do cão e a sua participação em feiras e exposições.
Muitos donos, cientes das consequências que a caudectomia podem trazer aos seus animais optam por não fazê-la. Mas a decisão deve ser avisada com antecedência ao criador que, muitas vezes, corta a cauda do animal quando filhote. Mesmo assim, pessoas acreditam que o animal já nasceu com o rabo cortado total ou parcialmente, mas este é um caso raro.
Por isso, muitos veterinários e defensores dos direitos dos animais veem que a prática é válida apenas para animais que realmente necessitam a amputação. Em alguns casos, os cães podem morder insistentemente a ponta do rabo, causando ferimentos graves. Antes de qualquer coisa é preciso analisar a real necessidade do procedimento por meio de exames e análises clínicas.